sábado, 24 de abril de 2021

quinta-feira, 8 de abril de 2021

sexta-feira, 26 de março de 2021

quarta-feira, 24 de março de 2021

segunda-feira, 8 de março de 2021


Resiliência (Escritos e rabiscos de versos e diversos 2019-2021)

A desigualdade é social
Mas isso não deveria ser normal
O ser humano é um ser racional
Então por que no lugar do bem fazemos tanto mal?
Somos colônia de um povo vindo lá do outro lado
Chegaram, mataram, roubaram a terra
E fizeram um cercado
Mudaram para sempre a maneira de viver
Daqueles que aqui viviam e os que vieram pra sofrer
Índios e africanos foram inferiorizados
Tratados como escravos, ferramentas de trabalho
De uns tiraram a terra e do outro até a alma
Mas era tarde demais, os DNAs ainda restaram
Mudanças na paisagem, veio a urbanização
Mas nada pode arrancar do meu coração
Essa essência de guerreiro e a lei da sobrevivência
Pois corre no meu sangue a força da resiliência
Uma vontade de vencer
Mesmo que eu venha tudo a perder
Buscar no fundo das entranhas
Aquela força meio estranha
Trazer a memória dos meus ancestrais
Não quero fazer guerra eu só quero a minha paz
É a favela, é o gueto, é luz de vela ou pelos becos
Perdido dentro de mim, achando dentro de mim
Às vezes falta água e às vezes falta luz
Mas algo aqui dentro me empurra, me conduz
O mal do progresso, as leis no congresso
De um lado a Cracolândia, do outro a Disneylândia
Mas se eu não tenho ingresso
Quanto custa o meu sucesso? Não sei...
Mas tenho a essência de um guerreiro
Conheço a lei da sobrevivência
Pois corre no meu sangue a força da resiliência



segunda-feira, 4 de janeiro de 2021


(...)
Sou profeta, sou poeta, mas também sou professor
Não importa como eu faça, será sempre pelo amor
Profecias, previsões, poesias ou canções
Serão sempre bem fundadas, usarei como lições
Um guerreiro se orgulha de sua espada
Mas o educador se orgulha de sua palavra
As tantas guerras podem ceifar muitas vidas
Mas só a educação pode salvar ainda em vida
(..)

Legado (trecho)
Entre uma poesia e outra (2019)
Kiko Pietro


 

sábado, 2 de janeiro de 2021


(...)
O baile da noite é a violência
O grito nos becos é o fim da inocência
A intolerância aumenta a carência
E pra sobreviver é preciso mais que paciência

Político rouba, polícia maltrata
Tem gente que mata, uns fogem pra mata
A história se repete mais uma vez
Se é tragédia ou farsa, eu confesso que já não sei
(...)

Inocência roubada (trecho)
Entre uma poesia e outra (2019)
Kiko Pietro

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

 


Poesia de longa duração (trecho) (2020)
(...)
Escrevo versos durante a pandemia
Não sei como serão os próximos dias
Estatísticas dizem que serão difíceis
Só consigo pensar que serão terríveis
Mas enquanto o tempo passa
Escrevo esses longos versos
Deixo registrado aqui meu protesto
Que isso um dia sirva ao Universo
Agora voltando à simplicidade
Hora de preparar almoço
Preciso cozinhar arroz
Isso é parte da rotina nessa idade
Sou homem e gosto de cozinhar
E lugar de mulher é onde quiser estar
Na aviação, na mecânica, na política
E homem deve em casa participar
Homem também cria filhos
Homem também lava louça
E isso não é favor
Isso é viver em amor
Divisão de tarefas diárias
Participação nas responsabilidades
Abaixo o patriarcado
Viva a revolução e a liberdade
Agora preciso me apressar
Até que a pandemia passe
Ainda preciso trabalhar
E viver cada dia sem saber
Quanto tempo ainda resta
Se ainda haverá festas
Mas acredito que o mundo
Pode ser melhor com poesia
Com um pouco de fantasia
Mas uma dose certa de realidade
Pra jamais insistirmos na hipocrisia
E construirmos outra sociedade
(...)


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 

Quem eu sou (2016)
Só quero ser quem eu sou
Não ter que provar nada a ninguém
Poder falar das coisas que penso
Mas sempre machuco alguém
Me afastar das pessoas
Principalmente das que me fazem mal
Me achegar as pessoas
Que me abrigam no temporal
Usar as roupas que gosto
Escrever o que penso no que posto
Olhar nos seus olhos e dizer
Que não serei como você
Só quero ser quem eu sou
Seguir minha própria religião
Lutar minhas lutas contra a prisão
E ensinar sobre alienação
Só quero ser quem eu sou
Ter fé na minha própria utopia
Sem ela sei que eu jamais seria
Assim como sei que eu sou
Eu sou tudo que quero ser
Ainda serei o que me desejo ser
Eu serei mais forte do que já sou
Ainda mais forte serei nos dias que virão
Eu sou eu, quem eu sou?
Sou eu quem, sou quem sou
Sou o único sendo assim
É assim que sou

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Legado (2019)
Sou um profeta, faço previsões
Sou um tipo de vidente, tenho a visão
Interpreto o mundo e leio as pessoas
Busco probabilidades, nem sempre são boas
Sou um poeta, escrevo em canções
Sou um tipo de pateta, dizem que não é profissão
Nem sempre é pelo dinheiro, é pela satisfação
Imortalizo ideais em poesias e refrãos
Sou um professor, tenho o dom de ensinar
Sou um tipo em extinção, mas continuo a tentar
Invisto em conhecimento e idolatro a sabedoria
Tenho como maior princípio a alegria da partilha
Sou profeta, sou poeta, mas também sou professor
Não importa como eu faça, será sempre pelo amor
Profecias, previsões, poesias ou canções
Serão sempre bem fundadas, usarei como lições
Um guerreiro se orgulha de sua espada
Mas o educador se orgulha de sua palavra
As tantas guerras podem ceifar muitas vidas
Mas só a educação pode salvar ainda em vida
Salvar do inferno de um mundo injusto
Conduzir ao paraíso sublime da compreensão
Eternizar as melhores idéias e corrigir os erros
E se necessário, tornar-me-ei um mártir
Na forca, no corpo
Na fogueira ou na cruz
Desde que meu legado
Seja sempre a luz

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

 


Educar é transgredir (2019)
Pra início de conversa, deixa eu me apresentar
Sou professor de história e geografia
Mas também sou educador social e estudei pedagogia
Na história ensino o ser, na geografia ensino o mundo
No social ensino a viver e a pedagogia é meu escudo
Num mundo injusto e intolerante ensino a igualdade
Numa sociedade fundada a base de mentiras
Proponho verdades
Numa escola sem partido insisto na liberdade
E se ensinar assim é transgredir
Sei que estou no caminho da verdade
Pois educar é um ato de rebeldia, a educação liberta
Liberta o pensamento e faz enxergar
Que estamos todos na caverna
Mas o professor viu a luz e desejou mais
Saiu da caverna e quis levar consigo os demais
Como disse o profeta, no final dos tempos
O amor aos poucos jaz
Querem tirar a cadeira do patrono da educação
Pois querem que a pedagogia do oprimido
Não tenha mais razão
O cara mora na favela, acha que é rico porque tem carrão
E é esse tipo de coisa que fortalece a alienação
Sou contra a homofobia, a xenofobia e o racismo
Sou contra a desigualdade social que assola e o fascismo
Bancada evangélica é cambada de gente que se diz santa
Mas é o tipo de gente que vê maldade até em criança
Vê maldade na arte em geral, inclusive na dança
E é fácil compreender isso a luz da palavra da verdade
Porque a maldade não está nas coisas
Está nos olhos de quem vê
E não há nada mais diabólico
Do que um coração cheio de maldade
Eu estudei muito pra ser o que sou
E ainda assim, pra muitos eu sou menos que nada
Mas sou um educador que acima de tudo sente a dor
E mesmo não tendo o reconhecimento que deveria
Continuo minha luta a cada dia sem vacilar
Pois a maior lição que quero deixar é sobre como amar
Se educar assim é transgredir e é crime
E ensino sobre a liberdade contra um sistema que oprime
Então já me considero preso ou executado
Pois sou um educador, sou mais que culpado
Encerro por aqui esses versos de protesto
Desejando que minha filha entenda pelo que lutei
Compreenda que a liberdade às vezes é contra a lei
Entenda que viver a verdade é insistir no submundo
Pois o mundo já está dominado pelo novo império
Mas ainda podemos escolher entre ser livres ou servos
Pra quem é ateu, agnóstico ou de alguma outra religião
Me diz aí, contra esse império, essa nova Roma, como agiria?
E pra você que se considera um bom cristão
Me diz então, o que Jesus faria?
Tenho plena certeza que ele educaria...

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Entre uma poesia e outra (2019)
(...)
A poesia está em tudo. Numa flor que brota, numa gota de chuva que precipita, num beijo apaixonado. A poesia não está apenas nas coisas belas, ela também está debaixo de uma ponte na luta pela sobrevivência de um morador de rua, ou na lembrança de um amor que não existe mais.
O poeta lê o mundo e o descreve com sonoridade atraente, quanto ao que é belo ou feio, depende dos olhos e do coração de cada um. Ao interpretar uma obra, dependemos muito dos nossos próprios valores e conceitos, o que explica por que uma obra é bela para uns e feia para outros. Ou seja, ao compreendermos uma obra, o que se revela além da própria obra em si, é quem realmente somos, a forma como percebemos as coisas.
Quando falamos de algo, nem sempre percebemos, mas às vezes estamos falando mais sobre nós mesmos do que sobre esse algo. Não se revela apenas aquilo que dizemos, mas os valores que estão enraizados em nossos corações. Raízes tão profundas...
(...)